sábado, 6 de agosto de 2011

Evana

Onde caberiam seus olhos
Se os meus não pudessem vê-los
E se meu insensato coração
por várias vezes não pedisse passagem
aos fantasmas da memória
desfilando distraídas de amores e paixões
Sem nunca precisar pedir desculpas ao silêncio
Por lambidas e afagos
Antes do tempo, ao vento, no sol, na chuva, no sol e no luar
No cheiro da maresia, na fuga dos tatuís na varredura das espumas
sob a areia do mar
Enquanto a arquitetura e a modernidade
vão modificando os espaços
menos as lembranças da minha alma
as estórias que vivi
neste imenso e encantador universo de personagens
que se foram navegando em direção as nuvens, ao céu
Onde caberiam seus olhos
se os meus não pudessem vê-los
E se meu coração não pedisse passagem
aos fantasmas da memória?

2 comentários:

Anônimo disse...

Libação

É do nascedouro da vida a grandeza.
É da sua natureza a fartura
a ploriferação
os cromossomiais encontros,
os brotos os processos caules,
os processos sementes
os processos troncos,
os processos flores,
são suas mais finas dores

As conseqüências cachos,
as conseqüências leite,
as conseqüências folhas
as conseqüências frutos,
são suas cores mais belas

É da substância do átomo
ser partível produtivo ativo e gerador
Tudo é no seu âmago e início,
patrício da riqueza, solstício da realeza

É da vocação da vida a beleza
e a nós cabe não diminuí-la, não roê-la
com nossos minúsculos gestos ratos
nossos fatos apinhados de pequenezas,
cabe a nós enchê-la,
cheio que é o seu princípio

Todo vazio é grávido desse benevolente risco
todo presente é guarnecido
do estado potencial de futuro

Peço ao ano-novo
aos deuses do calendário
aos orixás das transformações:
nos livrem do infértil da ninharia
nos protejam da vaidade burra
da vaidade "minha" desumana sozinha
Nos livrem da ânsia voraz
daquilo que ao nos aumentar
nos amesquinha.

A vida não tem ensaio
mas tem novas chances

Viva a burilação eterna, a possibilidade:
o esmeril dos dissabores!
Abaixo o estéril arrependimento
a duração inútil dos rancores

Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
a vida inédita pela frente
e a virgindade dos dias que virão!

De Elisa Lucinda


Ciclos naturais, o tempo da vida, do amor, ..


...S2... (Amor Infinito)


Os sentidos,

Pensamentos febris,

Admiração, sim!



Platão diz que vemos no rosto do ser amado

O reflexo de Deus, cujo altar já rezamos,


Tú és minha reza, , meu altar,

Meu natal, minha páscoa, Carnaval,

Meus dias de festa, santos e profanos, meu ritual.

Os abraços perdidos, os beijos não dados, o suspirar,

A mão suando e a convicção, o olhar - e que olhar!


É o medo, o romper do novo, a aurora;

Coqueiro e revólver, o crepúsculo;

Impulso e razão, sensível e forte,

Um covarde libertador de almas,

O Deus comedor de corações!

Com tua infame hipnótica presença.


Natural, beleza intrínseca, viva e mutante,

Nem fria, nem quente, apenas natural,

Divina natureza, um ninho de amor,

O respirar que prolonga o gozo, delicia de esparramar.


Do "delivery", às frias prateleiras da geladeira!

Agora como foto queimada, terra rachada,

Suma com sua altivez! Com seu nariz em ponta!

Galanteie e seduza pela vida! Que chova!

Tu, pescador de almas! Caçador de pipa!


Ahhai!! Estranha obseção que em minh'alma agora mora!

Tensão e relaxamento, entrega,

Amor se mistura com ar, e no final acha tranquilo,

Não é a certeza morta, é a maravilhosa dúvida.


MORTE e VIDA,

No eterno movimento, em perfeita elipse,

Eu não, você sim, eu sim, você não,

Não é explicado,

É fato, nato.


Volta Dionísio! Volta meu pirata, meu Robinhood,

Desculpa minha revolta, com todos seus defeitos, volta!

Desculpa minha revolta; minh'alma por ti caminha,

Flutua.


Fui ao inferno, procurava por você;

Esta é a hora,

O percurso é longo, surpreendente e perigoso.

Atenta e forte. Pegaso precisa nascer, Fênix está refeito.

O Talismã, meu coração.



Rabiscos de pensamentos, inspiração: A maravilhosa poesia ditirambica: "O Lamento de Ariane" Nietzsche, e é claro, ao amor, a mente e a eterna busca de equilíbrio entre ambos; O outro, é sempre o novo, mas cada um lê de um prisma, tudo se transforma, a vida naturalmente divina.

Camila Carvalho disse...

Lindo parabéns ❤